terça-feira, 9 de março de 2010

Vacinação da H1N1

O governo havia enfim decidido cuidar dos profissionais de saúde, colocando-nos como grupo prioritário para o início da vacinação, que deveria ter iniciado ontem 08/03.

Qual não foi nossa surpresa ao irmos ao posto de vacinação da Rua Afonso Cavalcanti, na Cidade Nova, centro do Rio, e saber que não havia vacinas. O posto tem 140 funcionários e receberam 100 doses de vacinas, usadas entre eles. Deram a orientação de que os serviços deveriam solicitar o número de vacinas que precisem à Secretaria Municipal de Saúde.

Ficou determinado que tem direito à vacina todos os profissionais de saúde, incluindo recepcionistas, secretárias e pessoal da limpeza, enfim, todos que entram em contato com os pacientes e trabalham nestes locais, mesmo que sejam serviços privados.

Hoje continuam sem vacina. Uma dentista foi a um posto em Botafogo, também sem vacina, e ainda ouviu que por ser autonoma não pode se vacinar, tem de aguardar o prazo para a população geral.

Isto é revoltante. Ontem passavam na tv profisssionais sendo vacinados, deve ter sido um factóide!!

Como trata-se de um governo em que se revoga o irrevogável e o sentido das palavras muda a depender da conveniencia, fico com várias questões. O que significa prioridade, profissional de saúde, campanha pública de vacinação? Para um Ministério que promove vacinações de massa no país inteiro, não creio que se trate de um problema de logística, que já seria absurdo. O que está acontecendo??

Ano passado, tive o azar de pegar a gripe no início e fiquei na categoria da época que não dava direito ao Tamiflu. Tive quadro muito complicado, fiquei 40 dias sem poder trabalhar, não fui para o INSS porque perdi minhas férias. Como em várias outras coisas nos fazem de palhaços, sendo que nós arcamos com o custo do circo e as regalias dos organizadores.

A falta de capacidade de indignação dos brasileiros tem me incomodado muito. As pessoas parecem amortecidas, não reagem a nada!!
Eu não vou aceitar isto passivamente. Postarei sempre aqui notícias, como foi fazer diariamente no Facebook. Telefonei para o jornal O Globo comentando a situação, vamos o que se passará. Será que terei de pagar por uma vacina de campanha pública numa clínica privada?

Comentaram ontem que Alemanha e França estão sugerindo retirar a H1N1 da categoria de pandemia por terem tido poucos casos. São países de primeiro mundo e tem população com educação doméstica muito melhor que a brasileira. Lamentavelmente, brasileiros tossem e espirram sem colocar a mão ou lenço, não tem tanto costume de lavar as mãos, pessoas gripadas acham que podem partilhar copos, etc. Em alguns serviços, pacientes tossem na cara dos médicos, para mostrar que não estão bem são capazes de respirar tão profundamente que a respiração chega ao profissional, quando não perdigotos. Claro que é muito dificil isto acontecer num consultório particular. Seria até comico se não fosse mal educado, desrespeitoso para com o profissional e trágico.

De qualquer forma, segue o calendário da vacinação:
08 a 19 de março: profissionais de saúde e indígenas
22/03 a 02/04: gestantes, doentes cronicos e crianças entre 6 meses e 2 anos
5 a 23/04: jovens de 20 a 29 anos
24/04 a 07/05: idosos com mais de 60 anos portadores de doenças cronicas
10 a 21/05: adultos de 30 a 39 anos.
Que cada um exija o que é seu direito!!

2 comentários:

  1. Meu nome é Andréa Neiva, sou médica e hoje estive no posto sáude do Catete e para minha surpresa também não consegui me vacinar. Me informaram que as vacinas recebidas eram apenas para os funcionários daquele posto!!?? Me informaram também que no caso dos que trabalham na rede pública devem aguardar o agendamento da vacinação da sua unidade (hospital, posto de saúde etc).
    Então os profissionais de saúde da rede privada pelo visto não tem direito a vacinação gratuita. E a propaganda do governo continua... O que pensar sobre isso??.. Mais uma vez caimos no conto do vigário.

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  2. Fui no posto de saúde de botafogo tentar me vacinar. Me informaram que não tinha vacina para a população. Somente para os funcionários da unidade e mesmo assim não tinha para todos.
    Daisy

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