quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jornada 2009 da Escola Letra Freudiana

A Jornada da Escola Letra Freudiana tem por tema "Da experiência psicanalítica a uma Escola", será nos dias 27 e 28 de novembro de 2009, no Hotel South American Copacabana, Rio de Janeiro.

"Trata-se de uma Escola, e não de uma escola comum. Se vocês não são responsáveis por ela, cada qual diante de si mesmo, ela não tem nenhuma razão de ser". Jacques Lacan

"É o passo da experiência analítica a uma Escola que a Escola Letra Freudiana traz como proposta de trabalho para essa Jornada de 2009.
A experiência analítica tem lugar no marco do discurso que Freud inaugura. De que experiência se trata? Não se trata apenas de uma experiência vivida, mas de uma travessia onde se produz um certo saber, o saber de uma experiência da qual poderá emergir o desejo do analista.
Lacan era um analista que sabia se fazer instruir pela experiência, e é para resgatar o que é do discurso analítico que ele funda uma Escola para a psicanálise e não para psicanalistas. A proposição de Lacan para uma Escola implica na elaboração crítica da experiência, uma aposta na transmissão da psicanálise. Sua aposta é que numa Escola estabeleça-se um laço social não regido pelo ideal do grupo, mas onde vigore a lógica do não-todo.
Uma Escola não transmite um saber já estabelecido porque ela própria constitui um lugar de verfificação da experiência, oferecendo o topos necessário para que cada um, um a um, possa, em seu percurso, sustentar os significantes mestres e privilegiados da psicanálise.
Só o analista, confrontado com sua própria experiência, pode produzir uma autorização. Experiência inédita, porque é a única que coloca em questão o desejo daquele que a ocasiona".


Informações na secretaria da Escola Letra Freudiana pelo telefone (21) 25223877.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

XXVII Congresso Brasileiro de Psiquiatria

O terceiro maior encontro de psiquiatria do planeta, que espera receber cerca de seis mil participantes, discutirá o tema central “A Psiquiatria na Vanguarda do Progresso Médico”. De acordo com o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, o objetivo é debater o desenvolvimento científico da especialidade, em um contexto de mudanças no atendimento público. “A capital paulista receberá um evento que condiz com seu perfil de avanço em diversos setores e palco de grande diversidade cultural”.




A programação científica do XXVII CBP totaliza 150 atividades, entre simpósios, conferências, encontros, debates, mesas-redondas, oficinas, sessões de casos clínicos, pôsteres e vídeos. Segundo o coordenador da Comissão Científica (Cocien), Marco Antonio Brasil, a grade de atividades foi construída para atender as necessidades e anseios dos participantes e permitir reflexões sobre a prática da especialidade. “A Cocien tem tido a preocupação de montar um programa abrangente, que cubra os mais variados temas de interesse da psiquiatria”, explicou.



Um dos destaques é o Simpósio do Presidente. Este ano, a atividade coordenada por João Alberto Carvalho terá como palestrantes o presidente da Associação Mundial de Psiquiatria, Mario Maj, que falará sobre doenças somáticas em pacientes com doenças psiquiátricas graves; o pesquisador Eurípedes Constantino Miguel, que abordará a custo-efetividade da psiquiatria do desenvolvimento, e o professor Sir David Goldberg, que explicará como adaptar a classificação diagnóstica da especialidade para as necessidades dos clínicos gerais. O debatedor será Marco Antonio Brasil.



As conferências também são atividades que devem atrair interesse do público. Serão realizadas 12 palestras desse tipo, com sete especialistas nacionais e cinco estrangeiros. As informações sobre a programação e os currículos dos conferencistas estão disponíveis no site do evento: www.cbpabp.org.br.



A organização do XXVII CBP é da Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com duas federadas locais: O Centro de Estudos do Instituto de Psiquiatria da USP e o Centro de Estudos Paulista de Psiquiatria, da Unifesp.




de 04 a 07 de novembro de 2009, São Paulo.

E Camille Claudel

Impossível pensar em Rodin, sem evocar Camille Claudel, a meu ver, tão esquecida e neglicenciada.


Pessoalmente, prefiro suas esculturas, além de achar sua história tocante. Talvez tenha pirado por não ter recebido o reconhecimento que merecia.

Francesa, nasceu em 1864 e morreu em 1943.Irmã do poeta Paul Claudel.

 Incentivada pelo pai, pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos seus primeiros estudos de escultura. Posteriormente, em 1881 (Camille com 17 anos) a família Claudel mudou-se para Paris, estimulada pela sugestão do escultor Boucher a Camille, que reconhecia nela um talento a ser desenvolvido e, pela preocupação de seu pai que procurava melhorar os padrões de educação e preparo dela e de seus irmãos. Em Paris, Boucher que orientava até então Camille Claudel, recomendou-a a Rodin. Ela viria a se tornar sua aluna, discípula, colaboradora e amante.


Após a ruptura, que marcaria profundamente Rodin e sua obra, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille ao desespero, ao ressentimento e ao ódio de seu antigo companheiro. Passou a viver isolada em seu atelier, restrita a um espaço úmido e mal conservado em plena Ile de Saint-Louis, no coração de Paris. Após várias manifestações de uma paranóia persecutória, naufragada na miséria, na solidão e no desespero da falta de reconhecimento que lhe teria sido importante num dado momento, Camille passou a responsabilizar de maneira crescente a Rodin pelos seus insucessos e dificuldades,a ponto de colocar em risco sua própria vida. Vivendo pobremente, assistiu cerraram-se suas oportunidades como escultora uma vez que lhe faltavam encomendas para obras em espaços públicos, o que lhe atribuía a influências nefastas de seu antigo mestre. Passou a esculpir para logo em seguida, destruir e enterrar seus estudos e maquetes. Dessa maneira, melancolicamente foi internada por sua família num asilo de alienados, no ano de 1913, uma semana depois da morte de seu pai, que sempre a protegera e auxiliara na medida do possível. No hospício a que foi destinada, ficaria reclusa e quase esquecida de seus pouco amigos e familiares, até falecer em 1943. Procedeu-se assim numa espécie de condenação e cumprimento de uma silenciosa pena de prisão perpétua, que durou trinta anos e extinguiu a chama do talento e da vivacidade de uma grande escultora. Fonte: ArteVida
 


Uma mulher decide quebrar os laços com sua classe social, com a moral vigente e com as normas de conduta bem aceitas em sua época. Foi considerada louca, internada por 30 anos num hospital psiquiátrico – até sua morte – depois de entregar-se furiosamente a sua arte e a um mau amante, escultor abastado e famoso. Ele, o imperecível Auguste Rodin. Ela, a intuitiva e talentosa escultora Camille Claudel, personagem de filmes, razão de poemas, mulher arrasada, infeliz e mal compreendida. Ingredientes que tornam a sua biografia fascinante aos olhares curiosos. Tudo o que se acrescente como condimento de frescas novidades sobre esta escultora – vitimada mais pela sociedade que pela loucura – exerce, talvez por isso, um encanto hipnótico e avassalador.


Não se sabe porque cargas d’água uma certa “intelectualidade” sente prazer irresistível pela tragédia moral e exalta como ponto de virtude o sofrimento do artista. Ao que parece, quanto mais estilhaçados melhor; quanto mais dolorido, mais doce (veja-se o caso da pintora mexicana Frida Kallo, que atualmente tem suas obras em altíssimas cotações no mercado de arte). O que importa em Claudel; aliás, o que deveria importar num momento em que se faz a revisão de sua obra, seria destacar o seu alto valor estético, sua ruptura com uma manifestação escultural adormecida e que era já, depois de um certo tempo, construcção oficial das formas em Rodin. Deveriam ser exaltadas estas coisas, não sua desgraça.

Não se pode negar o gênio a Rodin, mas deve-se questionar o quanto de preconceito e de sua postura como inverso de mestre prejudicaram um talento manifesto. Que não era mais florescente apenas, mas que exigia ar e aparecimento: ela, Camille. Ela, que num sopro poderia ser, sim, mais do que ele. E isso lhe era insuportável.

Camille era pouco conhecida do público. O reconhecimento de seu talento ficava restrito a artistas e intelectuais, mas mesmo entre eles o seu comportamento incomum assumia feições de desvario. Sua família era rica, mas a adolescente apaixonada pela escultura não se deixava ficar entre rapapés, na condição de mulher passiva e obediente, à espera de um marido bem aquinhoado e cordato, largada das coisas impuras da arte. Muito pelo contrário. Desde menina fugia de casa para extrair barro para suas esculturas. A mãe, no entanto, se opunha à ambição de ser artista da pequena Camille. A sociedade francesa, preconceituosa e machista, também colocava muros à sua frente. Ela tentou passar por todos eles. Era mulher, e a escalada se tornava ainda mais difícil. O lance crucial de sua vida ocorreu quando decidiu empregar-se no estúdio do escultor Rodin, com quem pouco tempo depois passa a conviver na condição de amante.

A união marginal atiçava os comentários. Uma jovem impetuosa e um homem rico, famoso e mais velho, convivendo sem casar oficialmente... Mas o fator determinante para os transtornos que se seguiriam a essa união não partiram exatamente daí. Tratava-se, no fundo, de um embate de natureza artística entre a intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo pelo escultor oficial do governo francês, Auguste Rodin .

O rompimento entre os dois era a única saída para a sobrevivência criativa da jovem aluna que abalara de forma tão radical o universo artístico de seu mestre. Rodin não admitia as diferenças de potencial criativo entre ele e Camille. Quando a artista percebeu estar sendo usada por Rodin, veio o rompimento.

Camille ficou só. O irmão Paul Claudel, poeta, viajara para os Estados Unidos e lhe faltava mais esse amparo. Passou a criar obsessivamente; percebia-se, contudo, que perdia a sanidade. O golpe final veio quando, durante uma exposição, não conseguiu vender nenhuma escultura. O fracasso, o álcool, e agora o descrédito, somados às suas muitas decepções, fizeram-na indignar-se a tal ponto que, em dado momento, destrói as peças que havia criado.

Acaba interna como louca.



Espantou-me em Paris, não encontrar seus trabalhos. Questionei uma funcionária do Museu Rodin. Havia uma única escultura dela, quando comentei o absurdo. A funcionária respondeu constrangida que o acervo de Camille estava em exposição no interior da França. Não acreditei.

Na biografia de Anne Delbée, lemos: "Camille olha para os dois bustos. Talvez não dê para dizer quem é Paul e quem é Camille, mas também não dá para dizer quem esculpiu, o sr. Rodin ou a srta. Camille!".


Segundo Liliana Liviano Wahba, a obra de Camille estava fora dos padrões e ela tinha uma maneira anticonvencional de esculpir. Sua habilidade de talhar o mármore era excepcional. Ia progressivamente, criando seu estilo. Valorizava sutilezas, evitando o nu exposto rodiniano, realçando drapeados, ondas de harmonia. Wahba acrescenta: "muitas esculturas de Rodin, produzidas após 1893, traziam temas que repetiam aqueles em que Camille tinha trabalhado, esculpindo ou ajudando a criá-los ou inspirá-los".


Pungente!!



Perfeito!!



Não sei se equivoco-me sobre a história. Li em algum lugar, que não localizei agora, que Camille esculpia mãos com grande perfeição e que muitas mãos das esculturas de Rodin seriam dela. Verdade ou não, alguns rascunhos e esculturas de Rodin ficaram com mãos inacabadas depois do internamento dela.




O filme sobre ela é demais:
Sinopse
Em Paris, em 1885, a jovem escultora Camille Claudel entra em conflito com sua família burguesa ao tornar-se aprendiz e, depois, assistente do famoso Auguste Rodin. Quando ela se transforma em amante do mestre (que já era casado), cai em desgraça junto à sociedade parisiense, embora tenha amigos do porte do compositor Claude Debussy. Depois de quinze anos de tortuoso relacionamento com Rodin, Camille rompe o romance e mergulha cada vez mais na solidão e na loucura. Por iniciativa de seu irmão mais novo, o escritor Paul Claudel, é internada em 1912 num manicômio.
Informações Técnicas
Título no Brasil: Camille Claudel
Título Original: Camille Claudel
País de Origem: França
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 166 minutos
Ano de Lançamento: 1988
Site Oficial: http://www.mgm.com/title_title.do?t itle_star=CAMILLEC
Estúdio/Distrib.: SPECTRA
Direção: Bruno Nuytten

Cartas do asilo: "Tem ele a intenção de me deixar morrer nos asilos de alienados? (...) Não fiz o que fiz para acabar minha vida como um mero número de uma casa de saúde".

Delbée: "Ela aguentou muito tempo. Sem armas, sem artifícios, sem fingimentos. Sem nada nas mãos. Aí está. Não tem mais cinzel, nem martelete, nem escultura. Tomaram tudo. Ela revê a velha Bíblia gasta pelo uso. Queria esculpir. Os pequenos contra os fortes, os grandes. Havia ainda tantas coisas. (...) Lá está ela, sem livros, sem barro, sem braço. A camisa de força".


Rodin em Salvador



Após tanta espera e expectativa, temos o Museu Rodin em Salvador!! Ganho cultural super importante. Espero que seja muito visitado.



Estão exibindo os moldes em gesso mas significam muito. Não houve permissão anterior para saida destas obras da Europa e por tanto tempo, 3 anos.



Tendo visitado em Paris, não vejo a hora de estar em SSA e ir lá!!



Em relação a esculturas, melhor vê-las que falar/ escrever sobre elas.








As imagens falam por si! Vejam!!!